"O Dia 20 de Março de 1816 amanheceu radioso no Rio de Janeiro, porém depressa se transformou no mais lúgubre dia, desde a chegada da família real, no início de 1808. Às 11 horas da manhã, a atormentada Rainha Louca entregou a alma ao criador. Tinha 81 anos, três meses e três dias."
in Luísa de Paiva Boléo, D. Maria I - A rainha louca, A esfera dos livros, 2009, 372 páginas.
Dos textos redigidos para a ocasião, o mesmo livro transcreve, de Joaquim Raurino da Costa:
(...) E é Maria, flor dos soberanos
Que em delícias celestes engolfada,
Assim mesmo se lembra dos Humanos
Daqueles que tratou qual prole amada
A quem sempre foi Mãe a mais amante
E desdobrava a mão de bens ornada.
...
Que não possam as frágeis criaturas
Trocar em riso a dor, quando conhecem
Que uma alma gosta de imortais doçuras! (...)
Lá na urna debruçada, de onde escorre
Puro cristal com fúlgidas areias
O Tejo em tanta dor também discorre,
(...) O, Rainha imortal, sim tu serenas,
Lá de etério assento, em que descansas,
Prezadas aflições, acerbas penas.