António Lobo Antunes, A morte de Carlos Gardel, Dom Quixote, 1994, 392 páginas.
Álvaro, um homem que nunca soube exactamente o que devia fazer da vida, que casa sem saber bem o que quer, que se separa da mulher porque não a suporta, por mais esforços que ela faça para para lhe agradar, que vive com uma única obsessão: a música de Carlos Gardel.
Cláudia, que vive com um jovem "que podia ser seu filho" depois da separação de Álvaro, e que, depois da morte do filho, volta para a Alemanha, onde tinha vivido em criança, em busca de uma nova vida.
Nuno, o filho de Álvaro e de Cláudia, o jovem perdido, sem rumo, que acaba no hospital, vítima das suas dependências.
Graça, irmã de Álvaro e tia de Nuno, uma médica, mulher determinada e moderna, com ideias muito próprias sobre a vida, mas também ela perdida em dúvidas sobre o que deseja para si.
Cristiana, com uma infância complicada, a amiga de Graça, não compreendida pela família, que não entende a sua opção de ir viver com Graça, e que acaba também sozinha, regressando à família.
Um elenco de personagens que vive de angústias, de tristezas, de recordações do passado.
O título é apenas uma metáfora para aquilo que é preciso deixar para trás, de modo a manter os pés assentes na terra e viver a realidade, procurando nela o que interessa a cada um.