divulgação de livros; comentário de obras lidas; opiniões; literatura portuguesa; literatura estrangeira
Júlio Magalhães, Por ti resistirei, A esfera dos livros, 2011, 263 páginas.
No ambiente da 2ª Guerra Mundial, no espaço parisiense, lisboeta e londrino, uma grande história de amor que resiste a tudo.
Uma narrativa clara e envolvente, bem enquadrada no tempo histórico, que nos conta a relação entre um português e uma francesa de origem judia, sem esquecer os horrores da guerra, as intrigas políticas, o ambiente de Lisboa, em tempo de Salazar e de polícia política e a mentalidade de um pai poderoso e agarrado a preconceitos.
Muito interessante, bem escrito, de agradável leitura.
Manuel Alegre, Tudo é e não é, D.Quixote, Abril de 2013, 195 páginas.
O sonho e a obsessão; a metáfora da desilusão, do sonho que não se realiza — são os temas recorrentes desta obra.
Uma visão do nosso tempo — da crise económica e política, da perda de identidade, da ditadura do capitalismo, numa escrita obsessiva, reflexiva, que é, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre a literatura, sobre a relação entre a realidade e a ficção, sobre personagens que se confundem com pessoas reais num entrelaçar de tempos e de espaços. O escritor e a sua missão, perante a desilusão de um sonho que não se concretiza.
A personagem central é o alter-ego do autor, um escritor que faz da palavra a sua arma, o idealista desiludido que está prestes a desistir de escrever porque já não tem o que contar.
Narrativa interessante pela forma como dá corpo a uma realidade, como relaciona o passado com o presente.
" — O teu livro está como o país e o mundo, ninguém sabe para onde vai, ninguém sabe o sentido.