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Leituras

divulgação de livros; comentário de obras lidas; opiniões; literatura portuguesa; literatura estrangeira

Leituras

divulgação de livros; comentário de obras lidas; opiniões; literatura portuguesa; literatura estrangeira

Guilherme Centazzi, O Estudante de Coimbra, Planeta, Março de 2012, 317 páginas ( sendo 263 de texto,  20 de notas, mais posfácio de Maria de Fátima Mourinho)

 

Guilhereme Centazzi é um autor português do século XIX, um autor esquecido. O Estudante de Coimbra foi publicado em 1840-1841 e agora reeditado.

Com traços autobiográficos, pois Centazzi foi estudante de Coimbra, onde cursou medicina, é uma obra de ficção que foca a realidade contemporânea do autor. Numa linguagem directa, onde não falta o diálogo com o leitor, o narrador-personagem central narra-nos os tempos conturbados das lutas entre liberais e absolutistas, até à vitória do liberalismo (em 1834) e à sequência de governos de Portugal a partir daí.

O narrador dá-nos, com pormenor e realismo, os acontecimentos dessa época, as perseguições e torturas, as prisões e enforcamentos, as denúncias e deslealdades duma sociedade civil destroçada e confusa pelas lutas políticas. Ligando toda a trama, uma romântica e dramática história de amor cheia de encontros e desencontros.

Um romance de grande modernidade, não só pela linguagem utilizada, mas também pelo tipo de narrativa, onde um narrador de 3ª pessoa se confunde, por vezes, com o autor, introduzindo comentários e sentenças sobre a realidade narrada e dialogando com os leitores com os quais vai construindo a sua narrativa.

 

Uma leitura, a todos os títulos, interessante, educativa e enriquecedora.

 

28 de Março de 1810 — nasce Alexandre Herculano, um dos notáveis introdutores do Romantismo na literatura portuguesa, juntamente com Almeida Garrett.

Envolvido nas lutas pela implantação do liberalismo, foi obrigado, como outros do seu tempo, a exilar-se, primeiro em Inglaterra e depois em França.

Juntou-se, na Ilha Terceira, ao exército liberal que desembarcou no Mindelo no dia 8 de Julho de 1832 e que iniciou a guerra civil entre absolutistas e liberais. 

Foi nomeado por D. Pedro IV bibliotecário da Biblioteca do Porto, cargo que ocupou até ir para Lisboa dirigir a Revista Panorama, da qual foi redactor principal de 1837 a 1839 e que retomou em 1842.

Deixou uma obra vastíssima, especialmente notável no campo da história, tendo introduzido em Portugal um novo conceito de história, uma história científica, com a sua História de Portugal, cujo 1º volume saiu em 1846.

Da sua passagem pela Inglaterra e pela França trouxe a influência da corrente romântica, que introduziu em Portugal, juntamente com Almeida Garrett.

No campo da ficção salientam-se as Lendas e Narrativas e o romance histórico cujos títulos mais destacados são Eurico o Presbítero e O Bobo.

Foi, igualmente, um poeta romântico.

Morreu na sua quinta de Vale de Lobos (distrito de Santarém) em 13 de Setembro de 1877. Encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.

 

 

 

 

                                                                           Eurico o Presbítero.