Frederico Lourenço, O Lugar Supraceleste – crónicas, Cotovia, 2015, 275 páginas.
Reunião de 90 pequenas crónicas antes publicadas em blog.
O título justifica-se com a última crónica, onde cita Platão, para, com a sua apreciação e o seu gosto musical, dizer que o filósofo grego não tem razão.
“ Platão, que teve o desplante de chamar à filosofia a mais alta forma de música, juntou depois injúria aos insultos já lançados contra os poetas ao queixar-se de que nenhum poeta alguma vez conseguira cantar o lugar supraceleste que está para lá da abóbada do céu.”
Comentando temas vários, o autor revela-se a si próprio, fala de si, da família, dos amores e desamores, dos seus gostos.
As citações clássicas são uma constante, como seria de esperar, mas são também muitas as crónicas que falam de música, dos grandes clássicos e grandes intérpretes da música chamada “erudita”. É, aliás, através da música que F.L. justifica o seu desmentido a Platão, pois com ela atinge o tal “lugar supraceleste”.
Não será um livro para o leitor comum, mas também esse “leitor comum” pode encontrar aqui alguns lemas de vida, algumas reflexões que poderão dar um novo sentido a questões do quotidiano.